quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Nome:
Cecília Meireles
Nascimento:
07/11/1901
Natural:
Rio de Janeiro - RJ
Morte:
09/11/1964

Cecília Meireles
"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

(Romanceiro da Inconfidência)

Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.

Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.

Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do Simbolismo.

Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.

Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.

Profere, em Lisboa e Coimbra - Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.

De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).

Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.

A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.

Publica, em 1939/1940, em Lisboa - Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista "Ocidente".

Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).

Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).

Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).

Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho.

Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.

Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.

Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.

Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962.

No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo (SP), em 1963.

Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.

Em 1965, é agraciada com o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de rua no Jardim Japão.

Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP).

Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989.

Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo (SP).

O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.

Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida com o nome da escritora, que era neta de açorianos.

Traduziu peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e Virginia Wolf.

Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.


Bibliografia:

Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia, estreou em 1919 com o livro de poemas Espectros, escrito aos 16 e recebido com louvor por João Ribeiro.

Publicou a seguir:
Criança, meu amor, 1923
Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923
Criança meu amor..., 1924
Baladas para El-Rei, 1925
O Espírito Vitorioso, 1929 (ensaio - Portugal)
Saudação à menina de Portugal, 1930
Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio - Portugal)
A Festa das Letras, 1937
Viagem, 1939
Vaga Música, 1942
Mar Absoluto, 1945
Rute e Alberto, 1945
Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças)
Retrato Natural, 1949
Problemas de Literatura Infantil, 1950
Amor em Leonoreta, 1952
Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952
Romanceiro da Inconfidência, 1953
Batuque, 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
Panorama Folclórico de Açores, 1955
Canções, 1956
Giroflê, Giroflá, 1956
Romance de Santa Cecília, 1957
A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957
A Rosa, 1957
Obra Poética,1958
Metal Rosicler, 1960
Poemas Escritos na Índia, 1961
Poemas de Israel, 1963
Antologia Poética, 1963
Solombra, 1963
Ou Isto ou Aquilo, 1964
Escolha o Seu Sonho, 1964
Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo Capitam-Mor Estácio de Saa, 1965
O Menino Atrasado, 1966
Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967
Antologia Poética, 1968
Poemas italianos, 1968
Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969
Flor de Poemas, 1972
Poesias completas, 1973
Elegias, 1974
Flores e Canções, 1979
Poesia Completa, 1994
Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998
Canção da Tarde no Campo, 2001
Episódio humano, 2007

Teatro:
1947 - O jardim
1947 - Ás de ouros
Observação: "O vestido de plumas"; "As sombras do Rio"; "Espelho da ilusão"; "A dama de Iguchi" (texto inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e "O jogo das sombras" constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.


OUTROS MEIOS:
1947 - Estréia "Auto do Menino Atrasado", direção de Olga Obry e Martim Gonçalves. música de Luis Cosme; marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro de bonecos.

1956/1964 - Gravação de poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis de São Paulo e pela autora (Rio de Janeiro - Brasil)

1965 - Gravação de poemas pelo professor Cassiano Nunes (New York - USA).

1972 - Lançamento do filme "Os inconfidentes", direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento baseado em trechos de "O Romanceiro da Inconfidência".

Por: Aline Paiva
Ana Renata Targino
Beatriz Maria
Caroline Botelho
Fernanda Lira
Natália Fernandes
Matheus Oliveira
Fontes:
http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles

domingo, 27 de setembro de 2009

Letras e discografia


Cálice
Gilberto Gil
Chico Buarque



Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue


Aquele abraço
Gilberto Gil



O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março

Alô, alô, Realengo - aquele abraço!
Alô, torcida do Flamengo - aquele abraço!

Chacrinha continua balançando a pança
E buzinando a moça e comandando a massa
E continua dando as ordens no terreiro

Alô, alô, seu Chacrinha - velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha, Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho palhaço
Alô, alô, Terezinha - aquele abraço!

Alô, moça da favela - aquele abraço!
Todo mundo da Portela - aquele abraço!
Todo mês de fevereiro - aquele passo!
Alô, Banda de Ipanema - aquele abraço!

Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra você que meu esqueceu - aquele abraço!

Alô, Rio de Janeiro - aquele abraço!
Todo o povo brasileiro - aquele abraço!


E mais algumas letras desse grande músico.
• A Novidade, (1986)
• Amor até o Fim, (1966)
• Aquele Abraço, (1969)
• Barato Total, (1974)
• Cálice (com Chico Buarque), (1973)
• Divino Maravilhoso (com Caetano Veloso)
• Domingo no Parque (1967)
• Eu Vim da Bahia (1966)
• Expresso 2222 (1972)
• Geléia Geral (com Torquato Neto), (1968)
• Meio-de-Campo (1973)
• Oriente (1972)
• Procissão (1965)
• Se Eu Quiser Falar com Deus
• Soy Loco Por Ti America (com Capinam e Torquato Neto) (1967)
• Toda Menina Baiana
• Vamos Fugir



Prêmios
• 3 de setembro de 2003 - recebe o Grammy Latino prêmio de Personalidade do Ano - Miami
• Maio de 2005 - recebe o Polar Music Prize do Rei Carlos XVI Gustavo da Suécia[9]
• 15 de dezembro de 2006 - é premiado com o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.



Discografia
• 1963 Salvador - 1962/1963
• 1967 Louvação
• 1968 Gilberto Gil
• 1968 Tropicália - (com Os Mutantes, Caetano Veloso, Nara Leão e Gal Costa, etc)
• 1969 Gilberto Gil
• 1970 Copacabana Mon Amour
• 1971 Gilberto Gil (Nega)
• 1972 Barra 69 - Caetano e Gil Ao Vivo na Bahia
• 1972 Expresso 2222
• 1974 Gilberto Gil Ao Vivo
• 1975 Refazenda
• 1975 Gil & Jorge - Ogum - Xangô
• 1977 Refavela
• 1978 Gilberto Gil Ao Vivo Em Montreux
• 1978 Refestança
• 1979 Nightingale
• 1979 Realce
• 1981 Brasil
• 1981 Luar (A Gente Precisa Ver o Luar)
• 1981 Um Banda Um
• 1983 Extra [WEA Latina]
• 1984 Quilombo (Trilha Sonora)
• 1984 Raça Humana
• 1985 Dia Dorim Noite Neon
• 1987 Gilberto Gil Em Concerto
• 1987 Trem Para As Estrelas (Trilha Sonora)
• 1988 Ao Vivo Em Tóquio (Live in Tokyo)
• 1989 O Eterno Deus Mu Dança
• 1991 Parabolicamará
• 1994 Acoustic
• 1995 Esoterico: Live in USA 1994
• 1995 Oriente: Live in Tokyo
• 1996 Em Concerto
• 1996 Luar
• 1997 Indigo Blue
• 1997 Quanta
• 1998 Ao Vivo Em Tóquio (Live in Tokyo) [Braziloid]
• 1998 O Sol de Oslo
• 1998 O Viramundo (Ao Vivo)
• 1998 Quanta Gente Veio Ver
• 1998 Ensaio Geral (caixa com gravações de 1967 a 1977)
• 2000 Me, You, Them [Brazil]
• 2001 Milton e Gil
• 2001 São João Vivo
• 2002 Kaya N'Gan Daya
• 2002 Quanta Live [Brazil]
• 2002 Z: 300 Anos de Zumbi
• 2004 Eletrácustico
• 2005 Ao Vivo
• 2005 As Canções de Eu, Tu, Eles
• 2005 Soul of Brazil
• 2006 Gil Luminoso
• 2006 Rhythms of Bahia
• 2008 Banda Larga Cordel
Por: Aline Paiva 9º ano E.
Fernanda Lira 9º ano E.
Postado por Caroline Botelho

Tropicalismo ou Tropicália


Tropicalismo foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); misturou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha objetivos comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar, no final da década de 1960. O movimento manifestou-se principalmente na música; manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas, o cinema e o teatro brasileiro. Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de "Tropicália".

O movimento surgiu da união de uma série de artistas baianos, no contexto do Festival de Música Popular Brasileira promovidos pela Rede Record, em São Paulo e Globo, no Rio de Janeiro.

Um momento crucial para a definição da Tropicália foi esse festival, no qual Caetano Veloso interpretou "Alegria, Alegria" e Gilberto Gil, ao lado dos Mutantes, "Domingo no Parque". No ano seguinte, o festival foi integralmente considerado tropicalista. No mesmo ano foi lançado o disco Tropicália ou Panis et circensis, considerado quase como um manifesto do grupo.

Quando se realizou o III Festival de Música Popular Brasileira, apareceram várias composições que tiveram enorme êxito junto ao público brasileiro e entre elas estavam Domingo no Parque, de Gilberto Gil e Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, que seriam o carro-chefe do tropicalismo, surgido "mais de uma preocupação entusiasmada pela discussão do novo do que propriamente como movimento organizado".

O tropicalismo teve como preocupação principal os problemas sociais do país, aliada a uma ideologia libertadora, a um inconformismo diante da maneira de viver do povo brasileiro, o que gerou uma crescente onda de participação popular, em face dos agravantes problemas por que sofria a nação.

Os responsáveis diretos pelo tropicalismo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Tom Zé, Rogério Duprat e outros, sem dúvida alguma, deram um salto a mais na modernização da música popular, buscando formas alternativas de composição e explorando uma concepção artística de mudança radical, dentro de um clima favorável. Foi impressionante sua importância nesse sentido, pois, sendo o último grande movimento realizado no país, deixou marcas que seriam cultivadas com o amadurecimento de seus próprios criadores e daqueles que seguiram sua linha de pensamento.

Em fins de 1968, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foram presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964 devido a supostas atividades subversivas, de que foram taxados. Ambos exilaram-se por ocasião do AI-5 (Ato Institucional 5) do governo militar em vigência no Brasil a partir de 1969 em Londres.

Caetano Veloso e Gilberto Gil, líderes do tropicalismo, também estavam entre aqueles que tiveram cerceadas suas carreiras no Brasil, em seu período mais repressivo. Através de músicas de protesto e do próprio tropicalismo, lançaram a semente da conscientização e agitaram a opinião pública, sendo então enquadrados na lei de segurança nacional e expulsos do país. Seguiram para Londres, onde, segundo alguns fãs, viveram uma de suas melhores fases, no setor artístico. Compondo em inglês, conquistaram facilmente o público europeu; livres da influência da repressão, puderam deixar fluir em suas composições toda liberdade de expressão a que tinham direito. Somente retornariam ao solo pátrio, em 1972. Apresentando-se no programa Som Livre Exportação, declararam publicamente que continuariam trabalhando em prol da música popular brasileira.
Por: Matheus Oliveira 9º ano E
Caroline Botelho 9º ano E
Natália Fernandes 9º ano E

Fontes: http://tropicalia.uol.com.br/site/internas/movimento.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilberto_Gil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tropic%C3%A1lia

Um pouco mais sobre sua vida...






Gilberto Gil é uma das maiores personalidades da música brasileira, reconhecido mundialmente. Sua carreira internacional já lhe rendeu um Grammy na categoria Melhor Disco de World Music em 1998 e um Grammy Latino em 2003.



Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em Salvador e passou a infância em Ituaçu, no interior da Bahia, onde começou a se interessar pela música ouvindo Orlando Silva e Luiz Gonzaga.



Aos 9 anos, mudou-se para Salvador e começou a aprender acordeom. Aos 18 anos, formou o conjunto "Os Desafinados". No fim dos anos 1950, influenciado por João Gilberto, passou a tocar violão.



Durante a faculdade de administração de empresas, conheceu a música erudita contemporânea. Em 1962, gravou o seu primeiro compacto solo e conheceu Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. No ano seguinte, com Tom Zé integrando o grupo, fizeram o show "Nós, Por Exemplo", no Teatro Vila Velha, em Salvador.



Logo em seguida, Gil mudou para São Paulo, onde trabalhou na empresa Gessy-Lever. Nessa época conheceu Chico Buarque, Torquato Neto e Capinam.



Em 1965, cantou a música "Iemanjá", no 5o Festival da Balança, promovido pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, que foi gravado pela RCA.



Gil tornou-se conhecido no programa de televisão "O Fino da Bossa", comandado por Elis Regina, onde apresentou, entre outras, suas composições "Eu Vim da Bahia" e "Louvação". Com o sucesso, deixou o emprego e assinou contrato com a Philips, que lançou seu primeiro LP, "Louvação", em 1967.



Já no Rio de Janeiro, Gil participou de festivais da Record e da TV Rio e chegou a ter seu próprio programa na TV Excelsior, o "Ensaio Geral". No 3o Festival da Record, em 1967, Gil apresentou "Domingo no Parque" acompanhado pelos Mutantes, e conquistou o segundo lugar.



"Alegria, Alegria", de Caetano Veloso, ficou em quarto lugar e formou, junto com "Domingo no Parque", o embrião do movimento tropicalista, que misturava os elementos da indústria cultural e os materiais da tradição brasileira. Diferente da Bossa Nova, o tropicalismo tinha uma proposta crítica, mostrando uma preocupação com os problemas sociais do país.



Em 1968, foram lançados os LPs "Gilberto Gil" e "Tropicália ou Panis et Circensis", disco que contou, além de Caetano e Gil, com Os Mutantes, Torquato Neto, Capinam, Gal Costa, Tom Zé e Nara Leão.



Em 1969, Gil e Caetano Veloso foram taxados de "subversivos" pelo regime militar e partiram para o exílio na Inglaterra. Retornaram ao Brasil em 1972. Gil lançou "Expresso 2222" e "Refazenda".



No álbum "Realce", de 1979, mostrou seu interesse pelo reggae e o pop. São dessa fase os LPs "Luar", "Um Banda Um", "Extra", "Raça Humana", "Dia Dorim, Noite Néon" e "O Eterno Deus Mu Dança".



Gil trabalhou com Jimmy Cliff e em 1980 lançou uma versão em português do reggae "No Woman, No Cry" ("Não chores mais") sucesso de Bob Marley.



Em 1993, com Caetano Veloso, lançou "Tropicália 2", que incluía o rap na faixa "Haiti". Entre os discos "Quanta" e sua versão ao vivo, "Quanta Gente Veio Ver", lançou "O Sol de Oslo", pelo selo Pau Brasil. No ano 2000, a parceria com Milton Nascimento rendeu o disco "Gil e Milton".



Dentre seus muitos sucessos, os maiores foram "Preciso Aprender a Só Ser", "Eu Só Quero um Xodó" (Dominguinhos/ Anastácia), "Punk da Periferia", "Parabolicamará", "Sítio do Pica-pau Amarelo", "Soy Loco por Ti América" (com Capinam), "Realce", "Toda Menina Baiana", "Drão", "Se Eu Quiser Falar com Deus" e muitas outras.



De 1989 a 1992, Gil foi vereador na Câmara Municipal de Salvador pelo Partido Verde. Em 2 de janeiro de 2003, tomou posse no cargo de Ministro da Cultura, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do qual demitiu-se em julho de 2008, para dedicar-se à carreira artística.
Por: Caroline Botelho 9º ano E.
Ana Renata Targino 9º ano E.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Um Pouco da História do Gilberto Gil...



NOME COMPLETO: Gilberto Passos Gil Moreira
NASCIMENTO: 26 de Junho de 1942
LOCAL DE NASCIMENTO: Salvador, BA
PÁGINA OFICIAL NA WEB:http://www.gilbertogil.com.br/

"...os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região..." Gilberto Gil

Gilberto se apaixonou pela música logo pequeno. O seu primeiro violão foi presente de sua mãe, quando ele estava no secundário. Logo após, conhece o trabalho de João Gilberto - músico brasileiro, considerado o criador do ritmo bossa nova -, que lhe influencia de imediato.


Baseado em pesquisas
Fonte de pesquisa: Wikipédia
por: Beatriz Maria, 9° ano "E"